terça-feira, 29 de março de 2011

Síndrome Urológica Felina (SUF)

Síndrome urológica felina ou doença do tracto urinário inferior dos felinos é um nome geral que designa várias patologias que afectam o tracto urinário e que podem causar dificuldade de micção. As causas de síndrome urológica felina são muito variadas e incluem infecções por bactérias/vírus, presença de cristais ou cálculos que agridem a mucosa da bexiga/uretra, traumatismos, alterações comportamentais ou neurológicas que impeçam a micção normal e ainda tumores.

Estas patologias podem ocorrer tanto em machos como em fêmeas e são mais comuns em idades entre os 2 e os 6 anos. Apesar de tudo os machos têm maior risco SUF pois tem a uretra mais comprida e fina do que as fêmeas o que pode levar à ocorrência de obstrução devido a cálculos com maior facilidade.

Os factores que predispõem para este problema são a actividade física reduzida (obesidade, ambiente pobre em estímulos ou falta de espaço para se exercitar) e a alimentação. Estes factores podem ser responsáveis por uma insuficiente ingestão de água e consequente diminuição da frequência de micção.

Em qualquer dos casos os sintomas observados podem ser:

- Hematúria (sangue na urina)

- Polaquiúria (urinar mais vezes mas em menor quantidade)

- Anúria (não urinar)

- Urinar fora do local habitual

- Dor ao urinar

- Dor/desconforto na zona abdominal

- Diminuição do apetite

- Depressão

- Hipotermia

- Vómito

Os casos em que o animal urina muito pouco ou deixa de urinar são situações de emergência que devem ser resolvidas o mais rapidamente possível pois a acumulação da urina na bexiga leva a que o rim deixe de fazer a filtração de substâncias tóxicas do sangue (ureia, creatinina, etc) causando insuficiência renal que progride para coma e morte em poucos dias.

Para diagnosticar as doenças que podem causar SUF, além de um exame físico completo ao animal pode ser necessário fazer análises à urina, análises sanguíneas, raio x e ecografia para avaliar a existência de cálculos na bexiga ou rim, infecções e alterações renais.

O tratamento é muito variado dependendo do estado do animal e da causa da doença. Se houver obstrução da uretra é necessária a algaliação do gato para esvaziar a bexiga, muitas vezes sob sedação devido ao desconforto causado. Caso existam cálculos que necessitem de ser retirados da bexiga ou rim o tratamento poderá ser cirúrgico, dependendo da localização e tipo de cálculo.

Tanto para tratar como para prevenir estas situações muitas vezes é necessário mudar os hábitos do animal:

- Incentivar o gato a beber mais água (mudar a água mais vezes, colocar fontes de água corrente ou recipientes atractivos, dar água de cozer carne/peixe) e dar alimentação húmida que tem grande teor em água.

- Dar uma ração apropriada a gatos com problemas urinários (principalmente em gatos com cálculos ou alterações renais) pois tem baixo teor de minerais e modifica o pH da urina de forma a dissolver os cálculos e impedir a sua formação.

- Dosear a quantidade diária de alimento para que o animal não fique gordo

- Incentivar as brincadeiras e o exercício.

- Evitar situações que desencadeiem stress e caso não possam ser evitadas preparar o animal previamente (viagens, introdução de novos animais, mudança de casa, mudanças de rotina, etc)

- Manter a caixa da areia sempre limpa e ter pelo menos uma por cada gato que há em casa.

Muitos dos gatos que têm uma patologia do tracto urinário inferior têm recaídas por isso deve-se aconselhar com o médico veterinário quais as medidas a tomar em cada caso para as evitar.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Hérnia Perineal

A Hérnia Perineal é uma doença comum em cães machos, especialmente os não castrados. Ocorre em animais com uma certa idade, entre os sete e nove anos e é rara em fêmeas. O processo pode ser uni ou bilateral.

A cavidade abdominal é um grande espaço onde ficam os intestinos, a bexiga, o fígado e outros órgãos. Esta cavidade encontra-se fechada por aponevroses, músculos, fáscias e por ossos, havendo somente orifícios naturais que permitem a passagem de vasos e outras estruturas. Mas quando, por qualquer motivo, ocorre um enfraquecimento desta parede ou um alargamento desses orifícios as estruturas que estão dentro do abdómen tendem a sair por esse orifício, criando uma protrusão visível.

A hérnia perineal resulta de um enfraquecimento e separação dos músculos e fáscias que formam a parede que separa a zona pélvica/abdominal da zona perineal. O diafragma pélvico fica incapaz de suportar a parede rectal. Em casos avançados o conteúdo pélvico e/ou abdominal sai ao lado do recto, mantendo-se debaixo da pele. Verifica-se assim um abaulamento subcutâneo ao lado e abaixo do ânus que pode variar de dimensões ou nem ser perceptível aos donos.

A causa exacta da fraqueza muscular é desconhecida, mas alguns factores parecem favorecer esta situação, como atrofia muscular neurogênica ou senil, miopatias, aumento de volume da próstata, alterações hormonais e obstipação crónica. Algumas raças apresentam predisposição, tais como o boston terrier, o pequinois e o boxer.

Os sinais clínicos mais frequentes são tenesmo (dificuldade e dor na defecação), obstipação e aumento de volume perineal, que pode ser redutível ou não. Se houver envolvimento da bexiga urinária haverá dificuldade ou impossibilidade de urinar.

O diagnóstico baseia-se na história clínica, sinais clínicos, exames físicos e exames complementares de diagnóstico tais como a radiografia e a ecografia, sendo a palpação rectal um dos exames mais importantes, para a determinação das estruturas que formam o aumento de volume perineal.

O tratamento é cirúrgico, existindo várias técnicas
. É uma cirurgia que pode ser muito complicada, principalmente se houver envolvimento de ansas intestinais e bexiga. As recorrências são comuns e está indicada a castração do animal para tentar evitar recidivas. Entre as possíveis complicações pós-operatórias de maior relevo, destacam-se a infecção da ferida, a incontinência fecal, o tenesmo, o prolapso rectal e a paralisia do nervo ciático.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Número Solidário - QOASMI













Já está activo um número solidário para que possam contribuir para ajudar os animais protegidos pela QOASMI.

É uma chamada de valor acrescentado com o custo de 0.60€+IVA e que com esta ajuda estará permitir que continuem a trabalhar em prol dos que mais necessitam. A QOASMI acolhe, trata e esteriliza animais de rua recorrendo apenas a donativos de sócios e amigos QOASMIcos.

Seja você também é um amigo QOASMIco contribua com a ponta do dedo. Sempre que marcar o número 760 501 525 estará a contribuir.

Os animais agradecem.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Febre

A febre é elevação da temperatura corporal. É uma reacção orgânica de defesa. A temperatura (rectal) normal no cão e no gato é entre 38°C e 39°C.

A temperatura rectal mede-se com um termómetro normal introduzido no recto do animal. Pode medir a temperatura do seu animal em casa, destinando um termómetro normal ao seu animal. Antes de inserir o termómetro no recto, deverá lubrificá-lo com vaselina ou um produto semelhante para não causar incómodo no animal. Insira o termómetro no recto do animal cerca de 2 cm e encoste a ponta do termómetro à parede do recto. A febre é um mecanismo de defesa, tentando evitar a multiplicação de bactérias e melhorar a resposta imunitária. No entanto, se persistirem valores muito elevados, podem surgir efeitos nefastos. Animais com febre podem apresentar-se prostrados, apáticos, sem apetite, desidratados e com respiração e batimentos cardíacos mais frequentes. A maioria dos casos de febre é de origem infecciosa (bactérias ou vírus). Existem ainda outras causas de febre, como neoplasias (linfoma e outros tumores), doenças imuno-mediadas (lúpus, poliartrite idiopática) e doenças inflamatórias não infecciosas (pancreatite, doença inflamatória intestinal). Uma temperatura elevada também se pode dever a falha no sistema de regulação interno ou por um golpe de calor. Existem, portanto, muitas causas de febre e o diagnóstico pode ser complexo.

O médico veterinário pode ter que realizar um exame físico rigoroso e realizar testes de diagnóstico dispendiosos, até descobrir a razão da febre.

O tratamento da febre consiste em tratar a causa subjacente e, no caso da febre ser muito elevada, na administração de medicamentos antipiréticos. Por vezes, enquanto se aguarda pelo diagnóstico, iniciam-se antibióticos de largo espectro para debelar uma eventual infecção bacteriana. Os animais toleram mal certos antipiréticos como a aspirina e o paracetamol. Por isso, os donos nunca devem administrar medicação sem a prescrição do médico veterinário.